REGRAS DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE ACROBACIAS AÉREAS

Todos nós sabemos que para a realização e sucesso de qualquer evento, é necessário que hajam regras e que as mesmas sejam seguidas à risca.

Num Campeonato Brasileiro de Acrobacia não é diferente, pois além dos pilotos competidores, temos a equipe de apoio que fica em solo cuidando da parte operacional, além do corpo de Juízes ACRO nomeados para a etapa, e para que tudo ocorra bem, é necessário que haja muito treino além do entrosamento por parte de todos que estarão trabalhando para que tudo corra bem e conforme o planejado.

As regras utilizadas pela ACRO para a viabilização de um campeonato, são extraídas de um livro chamado de Official Contest Rules, por nós apelidado de Red Book, publicado por um dos maiores órgãos de Acrobacia Aérea mundial chamado IAC ( International Aerobatic Club) situado nos Estados Unidos, onde nele se encontram todas as leis e regras que regem os Campeonatos de Acrobáticos ao redor do mundo. A Acrobacia aérea é um esporte sério e justamente por causa de suas rígidas regras, é um esporte seguro, aqui postaremos os tópicos mais importantes e numa forma bem didática para a melhor compreensão de todos os nossos leitores.

Anualmente a IAC publica em seu site e para seus membros, as seqüências que serão utilizadas nas categorias de competição, seus associados podem escolher dentre aproximadamente 5 a 6 sequências por categoria, e a mais votada será a publicada seqüência aresti oficial, e aqui no Brasil nós abrimos as categorias de acordo com o número de competidores, no mínimo 2 e recomendado 3 pilotos para a abertura de uma categoria, assim é evitado o ganho por apenas 1 competidor.

A abertura de inscrições será divulgada antecipadamente pelo site com todos os requisitos necessários aos competidores sob um determinado prazo.

A Competição fica condicionada às condições climáticas, para que haja o inicio da competição o teto deve estar acima do topo do Box Acrobático mais alto de acordo com as categorias em competição, isto é avaliado pelo juiz chefe do solo, porém é precedido do primeiro piloto a se apresentar, ou seja, se este o julgar adequado para o vôo este assume o risco, porém se anunciar o ingresso no BOX rocando as asas (balanço de asa indicativo de ínicio e fim de competição pelo piloto) e a aeronave ‘’guardar’’ nas nuvens, a competição estará cancelada.

O Piloto faz a coordenação via rádio com os órgãos de controle devido ao possível tráfego, mas utiliza a freqüência ACRO para ingresso no BOX que será definida no Briefing antes da competição, e também os possíveis os setores de espera, independentemente disso é necessário executar a Roca antes do início de seqüência e no fim dela, caso não haja, o piloto poderá ser desclassificado.

O Aluno que ainda não concluiu seu curso de acrobacia aérea e desejar se inscrever, poderá fazê-lo apenas na categoria primary, porém este obrigatoriamente será acompanhado de um Safety Pilot, que será um instrutor de vôo fora da competição que garantirá sua segurança, porém apenas no pouso e decolagem sem poder sequer opinar durante a seqüência sob o risco de desclassificação, e os Safetys são sorteados antes do início da competição.

O Starter, está coordenado diretamente ao Juiz chefe, ele é a pessoa que acompanha o piloto até a sua aeronave e revisa todos os passos de pré-vôo, se este julgar inadequado qualquer procedimento poderá reportar ao Juiz que irá desclassificar imediatamente o piloto por falta de segurança de vôo.

O Juiz chefe é o mais antigo ou experiente árbitro da competição, ele faz a conferência de notas e tira as dúvidas de qualquer juiz ou anotador durante a arbitragem visual ao fim de cada apresentação.

Após o inicio da competição nenhum piloto pode chegar perto da comissão de arbitragem sob o risco de desclassificação, a pontuação só poderá ser divulgada ao fim de todas as apresentações.

O Primeiro piloto a se apresentar no dia da competição de cada categoria será sorteado e fará a delimitação visual da low line, ou seja voará por todos os cantos inferiores do BOX e em suas extremidades irá balançar as asas, assim do solo os juízes podem ter uma referência para a competição.

A seqüência de apresentação é sorteada no primeiro dia e é invertida no segundo dia, ou seja um dia o piloto é o primeiro, amanhã ele será o último, caso as condições climáticas não permitam a pontuação é feita por apenas 1 apresentação e caso nem todos consigam voar a competição estará cancelada.

O Piloto que iniciar sua seqüência em um sentido pelo form B ou C (pela esquerda ou direita) irá ditar aos demais o sentido da competição, cabendo sempre o bom senso de checar o lado do vento antes do início da corrida de decolagem.

O Piloto por quaisquer motivos pode interromper sua seqüência, rocando, saindo do BOX e recomeçando de onde parou, porém irá sofrer pequenas perdas de pontos por parte da comissão de arbitragem.

Nas categorias que lhe couberem, o próprio piloto confeccionará o seu aresti e o divulgará na forma de Known ou na Unknown, que é a confeccionada e entregue apenas no dia da apresentação de acordo com o fator K estipulado máximo.

Fator K é o peso de cada manobra de acordo com a sua dificuldade, através dele é prevista uma determinada pontuação máxima ou mínima, todos constam no aresti divulgado pela IAC.

Aquele Piloto que melhor executar a performance de seu Aresti vence a competição.

Todas as regras os pilotos devem estar cientes e são repassadas nos Briefings pelo Juiz Chefe, sempre dando ênfase na segurança de vôo, é previsto recurso por parte do piloto que pode ser encaminhado ao fim das apresentações por carta ao juiz chefe, e será aceito ou não de acordo com seu argumento.

No Brasil, são realizadas em média três a quatro etapas por ano promovidas pela ACRO, sendo que após a última etapa do ano, são somadas as notas de cada piloto acumuladas nas etapas e o piloto que obtiver maior pontuação será o Campeão Brasileiro da Categoria, lembrando que a maior categoria da competição será a precedente e assim no ranking geral.